O telefone L. M. Ericsson DBAA 103, conhecido como Diavox, representa um marco na evolução dos equipamentos de telecomunicações. Desenvolvido pela L. M. Ericsson em colaboração com a Administração Sueca de Telecomunicações (Televerket) e a empresa conjunta ELLEMTEL, o Diavox foi lançado em 1978 como o primeiro telefone sueco de teclas, substituindo o modelo anterior, Dialog. Este artigo explora detalhadamente o desenvolvimento, design, tecnologia e impacto do Diavox na história da telefonia.
Com a transição das centrais telefónicas eletromecânicas para sistemas eletrónicos e controlados por computador, surgiu a necessidade de telefones que aproveitassem as novas funcionalidades oferecidas por esta tecnologia. Em 1969, a Ericsson e a Televerket iniciaram um projeto conjunto para desenvolver um novo telefone que atendesse a esses requisitos. O objetivo era lançar o telefone em 1978, coincidindo com a introdução do serviço de discagem por tons na Suécia.
O Diavox foi concebido para ser compatível com discagem por tons (MF) e por pulsos, permitindo a sua utilização em diferentes tipos de centrais telefónicas. Além disso, o telefone deveria oferecer melhor qualidade de áudio e permitir a introdução de novos serviços, como retorno automático de chamadas e discagem de números curtos.
O design do Diavox foi resultado de um concurso entre quatro empresas de design, vencido pela Breger & Co., liderada por Carl-Arne Breger. O modelo proposto apresentava um perfil baixo e uma área ampla para o teclado, características que foram mantidas no produto final após mais de 3.300 horas de trabalho de design e desenvolvimento de protótipos.
O Diavox incorporava avanços tecnológicos significativos para a época. Em vez do tradicional disco rotativo, utilizava um teclado de 12 teclas para discagem por tons ou pulsos. A tecla “R” (Recall) foi introduzida para acessar novos serviços oferecidos pelas centrais eletrónicas. A qualidade de áudio foi aprimorada com a substituição do microfone de carbono por um circuito eletrônico de voz. Além disso, o Diavox incluía regulação automática de transmissão, adaptando-se às características da linha do assinante e melhorando a experiência de chamada.
A produção do Diavox começou em 1977 e 1978, com o primeiro lote enviado para a Arábia Saudita, onde foi utilizado numa nova rede telefónica baseada na tecnologia AXE. Em 1981, o Diavox foi produzido como telefone de parede nas cores branco, verde, vermelho e bege. A produção continuou até 1989, com mais de quatro milhões de unidades fabricadas, das quais cerca de três milhões eram telefones de discagem por tons.
O Diavox não apenas substituiu o modelo Dialog como telefone padrão na Suécia, mas também marcou a transição para a era da telefonia digital. Seu design inovador e funcionalidades avançadas influenciaram o desenvolvimento de modelos subsequentes, incluindo telefones com múltiplas linhas e viva-voz. O Diavox foi exportado para vários países, sendo conhecido como Astrophone no Reino Unido e Royal nos Estados Unidos.